sexta-feira, 25 de março de 2016

FOLAR DE PÁSCOA






O Folar... Tão Português, tão tradicional,  tão nosso! Começando pelo do norte, Trás-os-Montes e Alto Douro, salgados recheados de carne de bons enchidos característicos da região. À medida que vamos descendo, em direção ao Sul do pais, vão ficando cada vez mais doces e cheios de especiarias (em especial a canela e a erva doce) que delatam a nossa história e as nossas raízes. E é nas épocas festivas que “vem à tona” aquilo que mais nos identifica, como nos refere o Professor Virgílio Nogueira Gomes “Os nossos apetites deveriam estar em sintonia com os períodos cíclicos da Natureza, que indubitavelmente marcaram outras tradições, ligados a festejos religiosos. Mesmo não aderentes a qualquer tipo de fé, ou doutrinas religiosas, vemo-nos entusiasmados com as festas. E que vivam as festas à mesa.”
E para quem quer saber um pouco mais  da história e da origem do Folar no nosso pais,  aconcelho vivamente a lerem o artigo do Professor Virgílio Nogueira Gomes  "Folares e a Páscoa" de onde retirei a citação em cima referida.




E a minha festa é com um Folar doce (não muito) com aroma a canela e erva-doce, bem ao jeito do meu Alentejo!
Adaptei esta receita do livro bem português de Maria de Lurdes Modesto "Cozinha Tradicional Portuguesa"1ª Edição de 1982, que herdei da minha querida Avó Guilhermina que adorava esta altura do ano e a quem dedico este post.

INGREDIENTES
  • 500g de Farinha T55
  • 100g de manteiga
  • 15g de fermento de padeiro fresco ( se for granulado coloque 1/3)
  • 8 c. (sopa) de açúcar
  • 2 ovos pequenos
  • 2,5 dl de leite
  • 1 c. (café) de sal fino
  • 1 c. (café) de erva doce em pó
  • 1 c. (café) de canela
  • ovos cozidos  
  • cristais de açúcar (opcional)
 

PREPARAÇÃO
  1. Dissolve-se o fermento de padeiro num pouco de leite morno com 100gr de farinha tirados do peso total, uma colher de açúcar também retirada da quantidade total e faz-se uma massa. deixa-se levedar durante cerca de 20 minutos em sitio aquecido.
  2. Amassa-se a restante farinha com os ovos, açúcar e o leite, até se obter uma massa muito leve , bem arejada mas com bastante corpo. Adiciona-se depois a manteiga derretida, o sal a erva doce e acanela. mistura-se bem e adiciona-se a massa de fermento levedada. Amassa-se até a massa se desprender das mãos e do alguidar.
  3. Cobre-se o alguidar com um pano e envolve-se o alguidar num cobertor. Deixa-se levedar durante 2a 5 horas em sitio aquecido (o tempo de crescimento depende da temperatura ambiente, sendo que não deve levedar a massa no forno, mesmo muito brando, pois a massa pode tornar-se amarga.).
  4. Depois de levedada divide-se a massa em bolas ou molda-se numa só. Achata-se um pouco e colaca-se sobre ela um ou mais ovos cozidos, conforme o tamanho da base da massa. Pode prender os ovos com tirinhas de massa cruzada, fazer tranças de duas os mais tiras e colocar em volta do folar. Pincela-se com gema de ovo e leva-se a cozer num tabuleiro com papel vegetal, em forno pré-aquecido a 180ºC durante 30 minutos até estar bem dourado.


Deliciem-se...
Uma Páscoa bem doce e deliciosa para todos!









2 comentários:

  1. O folar na minha terra mais a sul do nosso país é um bocadinho diferente mas não sei se é do nome... eu gosto de todos e este está simplesmente LINDO!

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    1. Muito, muito obrigada por esta palavras tão doces...E sim é verdade que são diferentes, mas o gosto estava lá e estava tão bom... depois deste fiz mais uma versão que não tirei fotos mas estavam igualmente saborosos...
      Mais uma vez muito muito obrigada!
      Bj

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